Agitação psíquica e falta de tempo

Tenho observado que uma boa parcela dos clientes que me procuram, independente de suas demandas especificas de coaching, chegam agitados, emocionalmente instáveis, com a sensação de perda de controle do tempo e confusão psíquica, e isso graças ao excesso de atividades com as quais se vêem envolvidos.

Não raro, após breves reuniões, constatam que boa parte das atividades com as quais se agitam, não estão tão diretamente relacionadas com aquilo que efetivamente importa em suas vidas. É que diante da variedade de opções da era do conhecimento, voltadas para o desenvolvimento, a competitividade e a possibilidade de destaque, a mídia se encarregou de associar diferencial competitivo a volume de informações.

Muitos, sequer se deram conta de que nisso se igualam, quanto o que buscam deveria ser a diferenciação. Em meio à agitação, aquele que mantêm o equilíbrio e a harmonia, escolhe mais e melhor e é claro, se destaca...

Passamos a ser assediados pela promessa do sucesso que vem em pacotes que vão desde cursos que nos ensinam a atrair mais clientes, workshops de como multiplicar recursos, esculpir a própria imagem ou conquistar saúde e longevidade. No intuito de satisfazer necessidades fictícias, deixamos de observar na caótica complexidade, a nossa capacidade seletiva que nos permitiria apropriar da simplicidade de que tanto carecemos.

Para não agasalharmos essa angustiante sensação de que algo está ficando para trás, ou de que estamos perdendo oportunidades, precisamos nos conscientizar de todo o conhecimento está de algum modo investido do objetivo de nos direcionar para o propósito maior - que é o conhecimento de nós mesmos, que encontra-se envolto por crenças que nos impede de acessá-lo.

Na hierarquia das necessidades evolutivas, partimos do exterior para o interior, do físico para o espiritual, do pessoal para o coletivo, da borda para o centro, e assim, será no esforço de buscar o centro é que encontraremos o equilíbrio para compreender a realidade, a vida.

Convém lembrar que aprender é relembrar, conquistar é desvendar, e desenvolver nada mais é do que transpor as camadas limitantes de crenças que geram em nós, a percepção de separação. É afinal esse sentimento de cisão, de desconexão, o responsável pelos nossas desditas, e o oposto disso é exatamente a religação entre dentro e fora.

Por isso, mais do que ajudar os meus coachees a dominar as estratégias da gestão cronológica do tempo, procuro estimular neles o prazer de aprender a fazer escolhas que tenham conexão com suas crenças, seus valores e reais aspirações. Pois, ao se apropriarem um pouco mais do seu potencial criativo conseguem mais facilmente exercitar a gestão do tempo psicológico de modo a converter aspirações em ações efetivas com equilíbrio.

Se este é o seu caso, ou seja, se você também experimenta a frustração de não conseguir participar de tudo quanto gostaria para sentir-se melhor preparado para os desafios da vida competitiva, nada melhor do que fazer uma pausa, focalizar aquilo que realmente importa para você, com desapego pelo que não esteja alinhado com seu propósito.

Nestas pausas costumamos descobrir que o excesso de movimentação que criamos, é o que faz barulho e nos impede de nos escutar os ditames do real. Encontre na sua intimidade, um recanto de silêncio no qual possa se refugiar para reconhecer seus sonhos. Assim, poderá conduzir-se na vida pelas trilhas que te aproximam deles, sem confundir-se nos desvios.

Leia também: Qual o seu propósito?

Acesse o site da Fator Estratégico e veja dicas sobre liderança, coaching, conhecimento e espiritualidade. Acompanhe também nossas redes sociais em Facebook e Linkedin.